data-filename="retriever" style="width: 100%;">A vida normalmente nos surpreende. Aliás, é da natureza da vida surpreender-nos. Nesse último dia 5 de julho, completei 52 anos como ministro consagrado, como padre. Foram 52 anos de desafios e surpresas. Já na primeira semana de ordenação, fui surpreendido a ir trabalhar numa equipe missionária, percorrendo o Rio Grande e o Paraná, cuja experiência muito me enriqueceu espiritualmente.
Com apenas seis meses de sacerdócio, assumi a direção de uma comunidade paroquial em tempos de mudanças. A seguir, assumi como professor do Estado em um colégio com o corpo docente inesquecível, uma verdadeira família.
Ao retornar, assumi o encargo de professor no seminário e em dois institutos de catequese e de curso para diáconos, tendo o privilégio de lecionar para o diácono João Luiz Pozzobon. Em sequência, assumi a direção de outra paróquia e, ao mesmo tempo, lecionar no colégio Santa Maria e passar a ministrar incontáveis palestras para professores, alunos, instituições, sem deixar as atividades paroquiais.
Mais tarde, coube-me a distinção de ser assessor da Pastoral da Juventude diocesana e, mais tarde, a da Juventude Universitária. Na sequência, recebi a notícia de ser liberado para ministrar palestras no Rio Grande do Sul e fora dele.
Surpresa gratificante foi ser convidado a participar do Cursilho, encontro que deu outra direção e sabor à minha vida, experiência que me comprometeu totalmente até hoje. Outra surpresa foi ser convidado a ser o assessor doutrinário da Associação de Dirigentes cristãos de empresa onde permaneço até hoje.
Além dessas alegrias, fui tomado de profunda surpresa quando a CNBB confiou-me a direção espiritual do Movimento do Cursilho em nível de Brasil, missão que exerci durante 10 anos, cuja experiência deu-me profunda alegria, muitas gratificações e um profundo aprendizado.
Mais, recentemente, fazer parte do grupo dos quarenta responsáveis pela manutenção do complexo hospitalar Astrogildo de Azevedo está sendo rica experiência de servir como voluntário, e, agora, de brinde, fui surpreendido com a disposição e o impulso de enfrentar um novo desafio, o de ser seu capelão em tempo de tempestade (Covid-19) e poder levar uma palavra de conforto e esperança aos 700 servidores, o que tem sido gratificante.
Partilho com os amigos um pouco das experiências e desafios nestes 52 anos de estrada para dizer que vale a pena enfrentá-los, pois tudo isso muito nos enriquece. Não faltaram dificuldades, horas de angústias e incertezas, mas prevaleceram a misericórdia, a bondade e o carinho de Deus, manifestados em palavras e gestos disfarçados nos amigos. Resta-me um profundo agradecimento e eterna amizade.